sábado, 26 de junho de 2010

República nos livros de ontem nos livros de hoje - 39 e 40 (José Brandão)


D. Manuel II

História do Seu Reinado e da Implantação da República

Rocha Martins

Lisboa, 1931

D. Manuel II, quase abandonado, tendo consigo apenas os destroços da realeza, a sua família, uma dúzia de fiéis e alguns condicionais, ainda confiava.

A menos dum mês da revolução, um jornal monárquico – O Liberal – no fragor da sua política; declarava:

«O Senhor D. Manuel deixou de ser Rei!»

É por tudo isto que o troar dos canhões mais parecia de salvas à monarquia agónica do que o fragor duma grande guerra com os regimentos de todo o país em batalhas heróicas.

Mas como sucedeu que, em menos de sessenta horas, se derrocasse uma Instituição de séculos? Eis o que vou ensaiar descrever com a serenidade de quem, conhecendo os personagens e vivendo no seu âmbito, os pode evocar, ao cabo de mais de vinte anos de república.

ROCHA MARTINS.

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A Dupla Face do Franquismo


na Crise da Monarquia

José Miguel Sardica

Cosmos, 1994

O franquismo, se assim quisermos chamar à obra política de João Franco como ministro do reino, dissidente regenerador, chefe do Partido Regenerador Liberal e, finalmente, Presidente do Conselho, foi até há pouco tempo, na nossa historiografia contemporânea, um fenómeno demasiado obscurecido pela projecção das polémicas ideológicas que na sua época suscitou.

Não será, seguramente, a isso alheio o facto de a ditadura franquista (1907-1908) ter sido o mais conturbado período do fim da monarquia, marcado pelo vigor do assalto republicano ao poder e pela resposta desesperada de um sistema agonizante, tudo culminando no regicídio de Fevereiro de 1908.

As críticas ferozes que o republicanismo e boa parte dos monárquicos dirigiram à governação franquista, viriam, assim, a ser largamente recebidas numa historiografia ainda muito marcada pelos moralismos jacobino e conservador.

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