domingo, 15 de agosto de 2010

O futebol e a independência da Catalunha

Joan Laporta quer tornar-se líder de uma Catalunha independente



Dissemos ontem que o FC Barcelona era um dos símbolos da Catalunha, talvez o mais visível. A relação estreita entre futebol e política, que se verifica igualmente em Portugal, assume aqui contornos diferentes, pois o Barça é o factor de união entre os catalães. Uma poderosa alavanca no esforço de erguer um estado soberano.

Em declarações prestadas à meses, Joan Laporta, presidente do FC Barcelona, campeão de futebol da liga profissional espanhola, declarou pretender ser o próximo presidente do Governo autonómico da Catalunha, a eleger no Outono. O actual executivo de coligação entre socialistas e a Esquerda Republicana Catalã, de Josep-Lluís Carod-Rovira, está desgastado, circunstância que abre caminho a um novo ciclo político. Laporta  invoca a seu favor os êxitos que tem acumulado à frente do Barça. Diz Joan Laporta:


"Se eu fosse presidente lutaria para que a Catalunha dispusesse de um Estado para tomar decisões", Na mesma entrevista, o dirigente desportivo assegurou que o Barça "é o melhor instrumento para defender o país porque não está submetido a qualquer tipo de estrutura central". Em entrevista anterios,  tinha apelado a que "um milhão de catalães" o seguissem para romper definitivamente os laços políticos com Madrid, dando corpo ao projecto independentista que tem encontrado no futebol um poderoso aliado. Aos fins de semana, o Camp Nou é ponto de encontro dos defensores da independência da Catalunha.

"Quero acção política, o que significa um partido político, porque o meu objectivo é que a Catalunha tenha um Estado próprio. Como somos uma nação, a Catalunha deve ter capacidade para administrar os seus recursos.»

A dúvida é sobre se Laporta  criará uma força política própria para se apresentar às autonómicas ou se irá às urnas sob a sigla do Reagrupamento, associação nacionalista catalã que concorre contra os principais partidos sediados em Barcelona - a Convergência e União, o Partido Socialista da Catalunha e a Esquerda Republicana Catalã.O mundo político da Catalunha não deu grande valor a estas declarações. Para já, sublinham a ligação entre futebol e política e a ambição que alguns dirigentes bem sucedidos acalentam de prolongar na política os êxitos desportivos.

2 comentários:

  1. António Gomes Marques15 de agosto de 2010 às 17:44

    O Laporta, até agora, demonstrou saber de futebol e, este, aliado à política significa, geralmente, corrupção, lavagem de dinheiro, ... Ou seja, não estou a ver (ou não gostaria?)que seja ele o líder da independência da Catalunha. Que mostre primeiro as suas capacidades políticas como demonstrou na gestão do Barcelona e depois se verá.
    Mas será que os catalães estavam à espera do Laporta? Penso muito melhor deles!

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  2. O Laporta usou o Barcelona para saltar para a política.Não me alegra...

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