Opinião. Galp Base combustível mais barato.

Carlos Mesquita

Portugal é o segundo país da União Europeia com os combustíveis mais caros antes de impostos. A política de preços da Galp tem sido de desrespeito absoluto pelos consumidores. A liberalização do mercado de combustíveis não trouxe a anunciada baixa de preços, antes a cartelização das principais marcas, o que só a Autoridade da Concorrência não consegue ver.

Em 2008 tivemos a visita de um comissário europeu que dizia “haver necessidade de melhor regulação em Portugal”. O Bloco de Esquerda aproveitou para pedir uma nova audição parlamentar da Autoridade da Concorrência; deu em nada.

Da complacência e falta de eficácia da Regulação resultou o abuso de posição dominante por parte da Galp; sobe de imediato o preço dos combustíveis à mínima notícia de aumento do preço do crude, e demora a acompanhar as descidas no petróleo, quando acompanha.

Há dois anos um punhado de portugueses lançou um boicote à Galp e aos seus parceiros de cartel. Em Maio de 2008 o Semanário Económico noticiava que por isso, as quebras nas vendas, só nas bombas Galp era de 13 milhões de Euros/dia. A petrolífera dizia que o boicote não tinha efeito, mas pela primeira vez na história depois de já ter comunicado aos revendedores os aumentos, recuou. Essa cedência da Galp foi momentânea, continuando a gozar com os consumidores.

Mas, muitos de nós optámos definitivamente pelo combustível de marca branca, e hoje essa gasolina e gasóleo das “grandes superfícies”, representa um quarto do mercado; lucros, prejuízo, dinheiro, já é um idioma que as petrolíferas entendem.

A Galp quis comprar as bombas dos super, depois lançou uma campanha de medo (com anúncios na rádio) sobre a falta de qualidade dos combustíveis de marca branca, agora deu o braço a torcer e lança a Galp Base para vender os produtos que dizia estragar os automóveis. Para mim, vêm tarde, pelo mesmo preço continuo a abastecer nos supermercados.