domingo, 19 de setembro de 2010

Professores - o custo do centralismo.

Luis Moreira

Cada aluno custa ao estado português cinco mil euros no ensino básico e 5695 euros no secundário. (dados recentemente divulgados pela OCDE). O mesmo Estado apoia as famílias de baixos rendimentos, que tenham os filhos em colégios.Esta comparticipação é de 720 euros anuais para um aluno do ensino básico e de 505 euros para um aluno do ensino secundário.

Se o centralismo estatal não fosse cego, veria que mesmo que duplicasse os apoios aos alunos dos colégios, e dessa forma mantê-los onde estão, não os deixando transferir-se para o ensino estatal, pouparia milhões de euros. A essa poupança acrescentaria a cobrança de IRS e IRC.

Isto é, ( 5 000 E - 1 440E= 3 560E) seria a poupança num caso e (5695E - 1 010E= 4 685E) no outro, por aluno, veja-se a quanto este valor de poupança pode representar multiplicado por milhares de alunos em todo o país.

Só razões ideológicas mantêm este centralismo cego num ministério cheio de burocratas, com os piores resultados da UE, que há dezenas anos colocou no centro das suas preocupações o experimentalismo pedagógico, sem nunca darem um passo no sentido da escola autónoma ou no direito das pessoas escolherem o projecto de educação que querem para os seus filhos.

Como sempre tenho dito, os burocratas do ministério e dos sindicatos precisam deste centralismo para manterem o poder, as supostas zaragatas não passam de teatro, sem uns não existem os outros, nunca discutem a escola, nem o mérito, tudo se resume às carreiras e às progressões automáticas. E os professores, que pagam as quotas dos sindicatos, vão na cantiga, não se importam de serem joguetes nas mãos desta gente.( ver texto: professores: são joguetes nas mãos do ME).

Há cada vez mais professores que fazem ouvir a sua voz contra este estado de coisas, move-os a esperança de uma escola autónoma, livre dos "recados" dos burocratas, dos mil papéis para preencher e que não servem para nada, das reuniões sem fim.

PS: Com Rodrigo Queiroz e Melo - Director executivo da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo

Ora, esta questão passa por um direito fundamental que é o direito de escolha, face aos maus resultados da escola pública, não se vê razões para se negar esse direito,podemos e devemos ter uma rede pública de escolas, umas estatais e outras privadas, competindo e complementando-se, melhorando umas e outras com o mérito e a experiência do dia a dia. O centralismo não consegue controlar todas e cada uma das escolas, todas diferentes, em ambientes diferentes, por isso abundam as circulares, os regulamentos, as fichas para preencher.

O ME e os sindicatos ficam a falar sozinhos,nada têm a ver com o que se passa dentro das escolas, ninguem melhor que os professores, os alunos, as instituições regionais e locais,conhecem a realidade em cada escola.

Este modelo está esgotado é preciso ter a coragem de mudar. Sem uma boa Educação o país não vai sair desta tristeza vil e envergonhada. Trinta e muitos anos é mais que suficiente para termos a certeza que a relação estável de proximidade entre professor e aluno é um factor determinante para obter bons resultados. Os factores que influem positivamente nos resultados não são preocupação nem são prioritários para sindicatos e Ministério, muda tudo em cada ano.

Só não mudam os maus resultados!

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