quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Para Sempre, Tricinco ALLENDE E EU - autobiografia de Raúl Iturra - (16)

(Continuação)

Eram tempos de provar a paciência e de estar à espera de saber qual podia ser o próximo passo a ser dado. Enquanto aprendiam outra vez inglês na Grã-bretanha, na nossa casa de Chesterton Road 113 A essa a minha pequena família, eu andava-me a familiarizar com a língua luso-galaica, um pandemónio de palavra ao  mesturar (misturar, seria em Português), as lusas com as castelhana. Casa visitada também pelos Stuchlick, no dia em que Milan e Jarka passaram por ai, não entraram em casa, mas deixaram um envelope, ou, mais bem, passaram-me um envelope, solicitaram para eu abrir, o que fiz, e havia um cheque por £20! Fiquei surpreendido e disse porquê?. A resposta foi simples: “é o que me é pago por orientar os teus trabalhos e como o trabalho é feito por ti, acho que mereces receber esta importância, eu fico pago com a alegria de orientar a essa mente académica tão brilhante, que até ouve as minhas desventuras e sabe guardar silêncio”, disse Milan.

É evidente que ele não precisava dar “graxa” a minha pessoa, mas, essas foram as sua palavras. Queiram desculpar se eu as reproduzo, faz parte do problemas do exílio: um dia felizes, dois dias tristes, especialmente no entardecer, quando a depressão desce sobre nós... Eu, imprudente, como sempre nestas matérias, respondi de ânimo leve: “bom, se é assim, posso, em consequência, comprar o livro que tanto desejo que é muito caro, mas que também muito precisso[1]. A minha mulher, na sua sabedoria clássica, falou comigo a seguir para comentar que eu tinha feito mal, eles que eram quatro e estavam como nós, sem dinheiro, depreendiam-se dessa importância para nos ajudar e eu....a comprar livros! Apenas que, uma semana mais tarde, este amigo em exílio falou também para dizer que parecia que eu tinha muito dinheiro, porque podia comprar livros e eles estavam pobres, si eu podia emprestar a eles....£50...Paguei caro o meu comentário, retirei dinheiro das nossas poupanças e ofereci essa importância que nunca mais foi paga. Eu nada referi em casa, para não termos problemas domésticos. £50 era muito dinheiro! Faz parte de essa solidariedade enganosa entre exilados...Milan ficou bem visto pela sua generosidade, eu, com a tristeza de nunca mais saber de um dinheiro, importante na nossa pobre casa....

Encontrar um sítio, foi difícil. Havia dois problemas. O mais duro, era alugar uma casa. Nas aldeias não há casas vagas e os proprietários de casas alugam – as aos seu jornaleiros, familiares ou vizinhos que, normalmente, colaboram nos seus trabalhos ou trabalho de colaboração, retribuído com trabalhos nas terras dos que colaboraram primeiro, ou alugam casas por conveniência de trabalho, a jornaleiros que têm a gentileza de reciprocar, essa palavra manhosa da Antropologia, criada por Marcel Mauss como conceito em 1924, referido já na Introdução deste texto[2]. Manhosa, devido ao engano de Marcel Mauss, ao sonhar com uma sociedade onde a moeda não tiver valor, apenas que ele próprio contradiz-se ao falar, na parte final do livro, denominada Sociologia Económica, que nem todo o dinheiro da Segurança Social da França dava para pagar aos operários ao trabalharem para proprietários dos meios de produção. É preciso lembrar ao leitor que Mauss e o seu tio Émile Durkheim, eram socialistas mencheviques Ideia que desenvolvo em 200 páginas no livro referido de Afrontamento, essa Editora que confronta aos seus escritores da casa, ao solicitar livros que publica ...dois ou três anos depois. Confrontamento, pelo engano ao que somos submetidos: corrigimos as provas, devolvemos o texto, e....esperamos....esperamos, e, como não gosto de cunhas, um contrato partido não é comigo, é com a SPA, que não recebe coimas e atende a todos por igual. Mais um problema do exílio...essa falta de apoio ao sermos estrangeiros! Não conhecemos ninguém e o nosso trabalho avança lentamente. Excepto, quando somos procurados para integrar júris, orientar essas  impossíveis teses as vezes, ou por um certo interesse. Será que Portugal é um Confrontamento? Não acredito, não teria escolhido este País para ficar e tentar, hoje em dia, ser português. As casas das aldeias na Galiza e outro sítios do meu trabalho de campo com observação participante, falava antes, são alugadas aos que trabalham por salário com os proprietários das mesmas. Felizmente, em Vilatuxe, o nosso Pároco Luís Vázquez Lamela, lembrou-se por ideia da sua mulher[3] de perguntar na mercearia se a casa do denominado Emigrante, estava livre ou não. Tive que ir com o Pároco, porque a um estrangeiro, a norma é: fora d‘aqui! Os Taboada, proprietários, Dona Maria e o Senhor Ramón, e a sua filha Lucita e o seu marido Luís, pensaram de imediato potenciais compradores ricos para o seu negócio denominado de Ultramarinos, e passaram a fornecer nome e sítio onde podíamos tratar da casa deram-nos de imediato o sítio exacto onde podíamos  A experiência galega de ter um docente de Cambridge a querer viver no campo, não apenas era inédita, bem como parecia de doido...Todos pensavam que ia ser um prazer para mim e que ia passar umas boas férias rurais. Pelo que, os hoje Deputados da Xunta de Galiza, antigamente conspiradores contra o regime do ditador Franco, visitavam-me em Vilatuxe e ficavam de boca aberta: o meu grande amigo e mentor, Xosé Manuel Beiras, ou , nesses tempos, o muito pobre docente da Faculdade de Economia, Ceferino Diaz, o hoje membro do Ministério de Obras Públicas e Secretário de Estado da carteira mencionada, Emilio Pérez Tourinho, cujo doutoramento ajudei a orientar, como o de tantos outros, hoje Presidente do Governo Galego, apareciam em Vilatuxe...e ficavam de boca aberta de palmo e meio, ao reparar que eu trabalhava no campo com os pequenos proprietários e jornaleiros e não tinha muito tempo para tratar deles. Ofereceram-me dar aulas em Metodologia na Faculdade de Economia, presidida pelo o meu ilustre amigo, Xosé Manuel Beiras Torrado[4], que eu aceitei: um dos problemas do exílio é a falta de dinheiro! Essas aula deram-me a oportunidade de acrescentar a minha bolsa WUS e o salário da minha Faculdade Trinity Hall, enquanto a minha mulher Gloria, tingia telas com a técnica da Polinesia denominada batic, vendidas na Boutique da nossa amiga e hoje mulher do Xosé Manuel Beiras, Aurora ou Aurichu, conhecida por nós como de Garcia Borrás. Eis porque falar de matrimónios hoje em dia, é praticamente impossível: um dia casados, outro sós, a seguir substituto ou substitutas, ou ainda substituto(a)- substituta (o), pelo qual usa –se o símbolo do correio electrónico para endereçar mensagens às pessoas, esse at em inglês, arroba em português e castelhano moderno ou @: nunca mais podemos saber o que as casas hoje gastam!, nem ficamos interessados, sabemos que cada um age como for conveniente. É o que tenho referido: a nossa estada em Vilatuxe foi a alegria da nossa vida familiar, que acabou, como referi na Introdução, a fugir da polícia espanhola, essa que me queria enviar de volta ao Chile no avião da morte. Mas, a nossa fugida demorou por causa da nossa filha Paula ter adquirido a doença virosa da meningite, por andar sempre com as suas pequenas amigas, entre as vacas dos imensos estábulos de vacas da Paroquia, denominadas Cortes-palavra que servia aos galegos nacionalistas para referir às Camaras de Deputados e Senadores, as Cortes de Espanha, par dizer que éramos governados por vacas, vitelos, e bois... Tornando ao texto central, tínhamos uma filha debilitada, tivemos que embarcar de volta à Grã-bretanha, quase no dia do passaporte especial, expirar. Embarcamos num luxuoso ferry-boat, entre Crunha e Londres. Como já tenho falado do assunto, nas primeiras páginas deste texto, são os minutos de passar a outra parte dos problemas do exílio, esse de entender as formas de pensar. E vou usar Vilatuxe mais do que Cambridge, por causa de que em Vilatuxe foi preciso disfarçar o que na Grã-bretanha não era necessário: a nossa ideologia materialista e a nossa falta de acreditar numa divindade...

Notas:

[1] O livro que eu queria, é o que denominamos hoje na linguagem informática que permeia todos os nossos texto e maneiras de falar, um atalho para o saber antropológico: o livro de  Marvin Harris, 1969:The Rise of Anthropological Theory. A History of Theories of Culture Routledge & Kegan Paul, Londres, com 806 páginas de informação sintética sobre a teoria antropológica em imensos países. Precisava saber mais e um texto sintético ou texto escolar, era a minha saída para saber mais e não permanecer tanto tempo na biblioteca da Universidade. Gloria estava em casa sempre só, com as crianças, na casa de Chesterton Road. Eram os dias em que eu telefonava a casa várias vezes para acompanhar e ela pedia para eu aparecer quanto antes, sentia-se abandonada e era verdade. Dedicava todo o meu tempo aos meus trabalhos académicos e ela ficava só. Outro problema do exílio, ter amizades ou não, especialmente quando não há família! Esse livro, ainda hoje, está sempre comigo, apenas que raramente o uso. Para saber mais sobre o livro, convido ao leitor ao sítio Net:  http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Marvin+Harris+The+Rise+of+Anthropological+Theory&btnG=Pesquisa+do+Google&meta= e a página web:  http://ann.sagepub.com/cgi/reprint/386/1/225 , sítio no qual o texto pode ser lido se pagar a importância requerida pelo sítio! Apesar de ser um Clássico, que são livres no sítio Les Classiques des sciences sociales

Une bibliothèque numérique unique et originale dans le monde francophone en sciences sociales et humaines, développée en collaboration avec l'Université du Québec.
 O texto referido, é editado nos EUA e na Grã-bretanha, povos que vivem da venda das suas mercadorias, países nos quais o livro é mais uma mercadoria do que um instrumento de trabalho, para explorarem às pessoas até o fim!
[2] Mauss, Marcel, 1924: « Essai sur le don. Forme et raison de l’échange dans les sociétés archaïques », em L’Année Sociologique, Nouvelle Série, Paris, Librairie Félix Alkan.  Livro francês, o texto está no sítio Les Classiques: Les Classiques des sciences socialeshttp://classiques.uqac.ca/, coordenado pelo canadiano Professor da Universidade de Quebec, Jean-Marie Tremblay, persistente, atrevido para tirar livros e por abertos no sítio Classiques, e-mails vêm e vão entre ele e eu, a sua morada net está nesta nota de rodapé, e o texto nas imensas páginas web:  http://classiques.uqac.ca/classiques/mauss_marcel/socio_et_anthropo/2_essai_sur_le_don/essai_sur_le_don.html retirado do motor de pesquisa Gogle:  http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Marcel+Mauss+Essai+sur+le+don&btnG=Pesquisa+do+Google&meta=
[3] Bem sei que na Igreja Romana há a promessa de castidade, donde, não há matrimónio entre Padres e Mulheres ou Homens , como acontece em outros países da Europa. Na Inglaterra, já casaram vário clérigos anglicanos entre eles. Mas, em Vilatuxe, já eles desaparecidos, posso hoje dizer, como digo no meu mal vendido livro da Profedições, todos sabiam que a empregada da casa Sacerdotal era a mulher do Cura, que eu próprio soube por relato e porque ficava em casa deles até o dia de receber a nossa alugada casa, ficar abastecida de agua e duche que eu instalara, e pronta e trazer a minha família, já em Compostela, na casa cedida a nós pelo nosso amigo de Cambridge, Abel Caballero, economista, Ministro de Obras Públicas nos Governos Socialistas da Espanha e grande amigo. A sua vida pode-se saber no sítio net:  http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Abel+Caballero&btnG=Pesquisa+do+Google&meta= e na página web da Enciclopédia Wikipédia:  http://pt.wikipedia.org/wiki/Abel_Caballero , na qual comemoramos o primeiro ano de vida da nossa filha Camila, essa noite do 6 de Janeiro de 1945, passada no estudo de Alberto Meixide, hoje Catedrático de Compostela, conhecido por mim em Essex, onde também conheci a Brian O´Neill, a fazerem Mestrados em literatura e economia, cada um no seu. Camila teve que dormir numa cama que a minha engenhosa mulher improvisou para ela essa noite: uma gaveta da Secretária do Alberto Meixide!, até nos transferir-mos para a casa de Abel Caballero e Cristina, a sua mulher. Casa que estimava-mos ia ser para nós, mas estava o irmão e a sua namorada, para partilhar connosco. Passamos aí dois meses, enquanto eu ia e voltava entre Vilatuxe e Compostela, ou entre a casa e a Faculdade. A minha mulher muito deve ter sofrido, só em casa, fria, húmida, antiga, sem agua quente, etc.!  Bem tratava eu de colaborar, mas o meu trabalho o não permitia....Rendo louvor a Gloria pela sua destemida atitude, generosa, simpática, até Xosé Manuel Beiras saber onde estávamos e passarmos a casa dele e da sua mulher nesses dias, Teresa Garcia- Sabell, íntima de Glória e que soube-nos acolher na sua mansão da Rua do Bispo Gelmírez Nº15, rua onde nos levantamentos contra a Monarquia no Século XIX, este Bispo foi ai assassinado. Gloria sabia o que queria e em silêncio, conseguia....ia conseguindo, com privacidade e muita capacidade para se saber rodear dos amigos devidos, capacidade inexistente em mim Para saber de Teresa Garcia-Sabell, ver o sítio Net:   http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Teresa+Garcia+Sabell&btnG=Pesquisar&meta= ou a página web:  http://www.prohpor.ufba.br/esprescultu.html
[4] Xosé Manuel era Catedrático do Departamento de Estrutura Económica, na Faculdade de Economia, sediado, nesses anos, no Paço dos Fonseca, hoje Sede do Governo ou  Xunta de Galiza, sítio onde eu dava aulas e Seminários, enquanto a minha mulher esperava, esperava...Ele também esperava, esperava e esperou, primeiro, a morte do ditador, a seguir, ser o Presidente do Governo Regional, mas era sempre derrotado pelo antigo Falangista Manuel Fraga Iribarne. Fundador do denominado Bloco Nacional Galego ou BNG, era pensado como o sucessor do herói galego Afonso Castelão, Republicano Nacionalista Galego assassinado pelos falangistas ao tratar de fugir de barco para Argentina. Tive o prazer de conhecer a sua família, Ramón Pinheira e Sara, a sua mulher, sobrinha de  Castelão, que habitavam no andar de cima dos Beira. Xosé  Manuel nunca quis passar ao Partido Socialista, como tinham feito os seus discípulos. Nunca foi eleito Presidente, mas tem sido Deputado do BNG. Para saber dele, ver o sítio Net:  http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Xos%C3%A9+Manuel+Beiras&meta=  e a página web da Wikipédia:  http://gl.wikipedia.org/wiki/Xos%C3%A9_Manuel_Beiras_Torrado . A sua obra é basta e elegante. Ele queria ser arquitecto e pianista, mas, confessava-me ele, não lhe foi permitido. A vida de Xosé Manuel é básica para uma Biografia modelo. A sua obra e fundação fazem dele o artista que sempre tinha pretendido ser. Pelo menos, dizer, retirado da Wikipédia Galega, escrita em luso-galego:: Xosé Manuel Hixinio Beiras Torrado, político e economista, naceu en Santiago de Compostela o 7 de abril do ano 1936. Na IX Asemblea do BNG foi elixido Presidente do Consello Nacional (CN) desta formación, e o seu voceiro no Parlamento de Galiza. Na actualidade, logo de abandonar a presidencia do CN, encabeza unha corrente interna denominada "Encontro Irmandiño" Continúa ademais á fronte da cátedra de Estrutura Económica da Facultade de Ciencias Económicas na Universidade de Santiago... No ano 1963 é membro fundador do PSG (Partido Socialista Galego) na clandestinidade; tamén se fai cargo da subdireción da Revista de Economía de Galicia (cargo que deixaría no percorrer do ano 1968). Xa no ano 1964 asume Relacións Internacionais, este posto volveríao asumir no 1970; nesta etapa relaciónase con outras formacións europeas socialistas e co Moviment Socialist de Catalunya de Josep Pallach e Joan Raventós.
No 1967 recibe o Premio da Casa Galicia de Nova York polo seu libro O problema do desenrolo na Galiza rural. Xa no ano 1968 vense vivir definitivamente á Galiza, e comeza a traballar coma profesor de Estrutura e Institucións Economicas na Faculdade de Económicas. No 1969, colabora nunha obra colectiva Introducción á economía galega de hoxe publicada en Vigo, e foi relator na elaboración do Documento Conxunto PSG-UPG. No ano 1970 estando uns meses en Madrid, no Colexio Maior Universitario César Carlos, publica a súa tese doutoral sobre o desenvolvemento económico e demográfico en Galiza entre o 1900 e o 1960 co titulo Estructura y problemas de la población gallega, co que gaña o Premio Extraordinario de Doutoramento e consegue, tamén, ser profesor adxunto na Cátedra de Estructura Económica.
No 1971 asume o cargo de secretario xeral do PSG. No 1972 publica en Vigo O atraso económico de Galiza, nese mesmo ano ofrécenlle o posto de Decano en funcións durante as revoltas estudantís e obreiras; posto que reafirmaría anos mais adiante. Dentro das súas colaboracións colectivas xorden no ano 1975, publicadas en Vigo, dúas obras; A Galiza rural na encrucilladae Contaminación industrial e desenvolvimento. No 1977 deixa o cargo de secretario xeral no PSG, despois de encabezar as listas pola provincia da Coruña nas primeiras eleccións xerais da transición democrática nas que non conseguíu o escano, para ser designado Académico numerario da RAG (Real Academia Galega), cargo ao que renunciou tempo máis tarde. Tamén este mesmo ano encarregouse da dirección dunha investigación sobre o proceso de modernización da agricultura galega, cos fondos patrocinado pola Fundación Pedro Barrié e a Universidad de Montpellier.
En 1980 Beiras accede definitivamente á Cátedra de Estrutura Económica na Universidade de Santiago de Compostela. Corre o ano 1982 e participa na constitución do BNG (Bloque Nacionalista Galego) do cal entra na súa Dirección Nacional e Permanente. Nese ano sae a súa publicación O atraso e Nós. Aportación para un debate encol o atraso económico"; en febreiro deste mesmo ano ré elixido Decano da Facultade de Ciencias Económicas. Xa metidos no ano 1984, Beiras, na compañía doutros autores, saca ao prelo a obra Dende Galiza: Marx. Homenaxe a Marx no 1º centenario da súa morte. Por si só publica outro libro, Por unha Galiza liberada, obra na que viña traballando dende 1976; neste mesmo ano, xaneiro, é reelixido como Decano da Faculdade.
É o minimo para dar conta da vida de um amigo íntimo, esse amigo do coração, que muito sofreu pela emancipação do seu Pais, Galiza, como ele sempre referia. Deu-me asilo, ajudou trazer minha irmã e cunhado ao exilio, foi  e é o meu irmão na fé idealista e na razão prática...

(Continua)

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