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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Toponímia

António Sales

Dos variados acontecimentos nacionais, pequenos e grandes, já nada me espanta que aconteça pelo que, na prática, vivo sem surpresas, sobretudo para as coisas más. Mas eu não venho escrever sobre a crise e o OE, coisas sobre as quais todo o bicho careta se pronuncia mesmo com ignorância total na matéria. A questão que me trás aqui é outra.

Na romagem ao cemitério do Alto de São João, um dos actos oficiais em memória dos fundadores da república, foi orador da cerimónia António Valdemar que, segundo um jornal diário, chamou a atenção para o facto da Comissão de Toponímia da Câmara Municipal de Lisboa ainda ter despachado uma proposta que tem desde 2003 para dar o nome de João Chagas e Mário de Azevedo Gomes a ruas de Lisboa.

terça-feira, 27 de julho de 2010

República nos livros de ontem nos livros de hoje - 85 (José Brandão)



Homens, Fantasmas e Bonecos

Carlos Olavo

Portugália Editora, s. d.

ESTE livro, que foi anunciado na Vida Amargurada de Filinto Elysio, é constituído por

várias produções, umas antigas, outras modernas, umas inéditas, outras já publicadas. Pelo texto de algumas delas se verá que datam de tempos que a geração actual poderá considerar de imemoriais. Mas essas, pelo que contêm de notas que reputo em relação com a nossa história política ou literária. não as quis inutilizar e resolvi incluí-las aqui, tal qual foram escritas, conservando o seu carácter, se assim se pode dizer, de actualidade retrospectiva.

Especialmente a biografia de João Chagas, com que abre este livro e que foi escrita ainda em vida do panfletário, comporta uma série de documentos inéditos do seu punho, que revelam, à luz viva dos factos, conto foi preparado o movimento de 5 de Outubro de que saiu triunfante o regime republicano. E por isso lhe dei o subtítulo de Subsídios para a história da Revolução de 5 Outubro.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

República nos livros de ontem nos livros de hoje - 68 e 69 (José Brandão)

História da República Portuguesa

Lopes D’Oliveira

Editorial Inquérito, 1947

O rei pedia, em carta datada de 15 Setembro, a Venceslau de Lima para que interviesse, aplacando a ira do presidente do ministério contra as Congregações, cuja existência ilegal as expunha aos golpes do poder civil: - «A questão política está muito complicada, muito torcida...» «Também acho que Teixeira de Sousa está tomando por um caminho liberal de mais, direi mesmo radical. Preciso do seu auxílio para me ajudar a fazê-lo sair desse caminho...» «Acho que sobretudo com respeito à questão religiosa ele está avançando demais: já eu consegui, depois de uma luta tremenda, em que ele punha a questão de confiança, que ele não me trouxesse um decreto, para eu assinar, fechando todos os colégios jesuítas…» «É necessário que o Teixeira de Sousa não irrite mais os conservadores porque senão nada se pode fazer; modere ele um pouco o seu liberalismo e entenda-se com a oposição.»
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História da Revolta do Porto

João Chagas

Ex-Tenente Coelho

Assírio & Alvim, 1978

A reedição da obra que adiante se vai ler e que tão pormenorizadamente retrata o célebre levantamento do 31 de Janeiro exigia, de quem se encarregasse de a apresentar ao público, um apontamento breve das razões que determinaram esse levantamento e, também, daquilo que representou a República instaurada em 1910. Só o esclarecimento dessas duas ordens de factos – a das causas próximas da revolta e a do balanço do regime que essa revolta preludiou – permitirão ao leitor desprevenido uma clara compreensão do texto.

Enquanto às primeiras, sabe-se que a revolta foi principalmente o resultado da reacção nacional ao Ultimatum inglês de Janeiro de 1890 e ao tratado anglo-português de 20 de Agosto do mesmo ano.

sábado, 5 de junho de 2010

A República nos livros de ontem nos livros de hoje - 7 e 8 (José Brandão)

Bandeira Nacional

Lisboa, 1910



Por Decreto de 15-10-1910, o Governo nomeou uma comissão, a que foi integrada por personalidades como Columbano Bordalo Pinheiro, Abel Botelho e João Chagas. Poucos dias depois, em 29 de Outubro, a comissão apresenta um primeiro projecto, que correspondia à bandeira do 5 de Outubro com a importante diferença de a disposição das cores vir agora invertida em relação àquela, com a cor verde junto à tralha. Quanto às armas, a comissão propôs a esfera armilar, «padrão eterno do nosso génio aventureiro», e o escudo branco com quinas azuis «da fundação da nacionalidade». Apresentado um segundo projecto, que mantinha o cromatismo verde-rubro, o Governo aprova-o em 29 de Novembro de 1910.

A Assembleia Nacional Constituinte, na sua sessão de abertura sancionou o projecto aprovado pelo Governo para a Bandeira.

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Bernardino Machado

H. de Oliveira Marques


Fernando Marques da Costa

Lisboa, 1978


A afamada Geração Portuguesa de 1865-70 contou entre as suas fileiras um homem de Estado que raros se lembrariam de identificar com ela: Bernardino Machado. É verdade que – criação de literatos, mais do que dos historiadores – como expoentes dessa e doutras «gerações» se nos apresentam poetas, prosadores filósofos, por vezes artistas e homens de ciência, mas rarissimamente políticos. Tem-se definido «geração» a partir dos valores culturais somente e em referência às correntes culturais somente também.

Cumpre aos historiadores ampliarem e reformularem conceito tão fecundo e tão pouco experimentado ainda como ferramenta de trabalho. E a caracterização das múltiplas figuras de uma mesma geração que fogem ao paradigma do homem de letras terá de ser a tarefa primeira para o aferimento e a activação desta ferramenta.