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sábado, 21 de agosto de 2010

O telelixo, uma última, ou penúltima, vez (A televisão é para estúpidos?)

Carlos Loures

Sei que estou a abusar da vossa paciência com esta obsessão (causada pelo imprinting?) de vasculhar no lixo televisivo. Vou só falar do que se passa no estado espanhol e não volto a falar tão cedo deste tema. Prometo.

No que à televisão diz respeito, em Espanha, pelos vistos, as coisas não vão melhor. Há meses, circulou um manifesto exigindo a aplicação de medidas contra a emissão de telelixo: «Plataforma para uma televisão de qualidade», apoiada pela Associação de Utentes da Comunicação, União Geral de Trabalhadores, «Comisiones Obreras», Confederação Espanhola de Mães e Pais de Alunos, União dos Consumidores de Espanha e Confederação das Associações de Moradores de Espanha. Não sei se deu algum resultado.

sábado, 31 de julho de 2010

O telelixo em Espanha (A televisão é para estúpidos?)



Carlos Loures

Em Espanha onde, pelos vistos, as coisas não vão melhor, circula um manifesto exigindo a aplicação de medidas contra a emissão de telelixo. Assumindo-se como uma «Plataforma para uma televisão de qualidade», é apoiada pela Associação de Utentes da Comunicação, pela União Geral de Trabalhadores, pelas «Comisiones Obreras», pela Confederação Espanhola de Mães e Pais de Alunos, pela União dos Consumidores de Espanha e pela Confederação das Associações de Moradores de Espanha.

sábado, 24 de julho de 2010

Ainda o telelixo (A televisão é para estúpidos?)

Carlos Loures

Todos temos horas, mais ou menos certas para despejar o nosso lixo – a televisão também – chama-lhe prime-time ou horário nobre – vai desde as seis da tarde até às dez horas. Hoje, mais uma vez, vou falar do telelixo que a televisão generalista (e não só) nos despeja diariamente em casa. Para nós, a importação e a produção de lixo televisivo, de uma forma consciente e industrializada, começou há cerca de dez anos. Até então, já tínhamos lixo no pequeno ecrã, mas eram detritos domésticos, artesanais, ingénuos, se comparamos com o que hoje recebemos. Aliás, o conceito de telelixo aprofundou-se ao longo desta última década – há tratados, há filósofos (como Gustavo Bueno) que se especializaram na abordagem do tema. Na rede, circula alguma matéria interessante sobre o assunto.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O telelixo (A televisão é para estúpidos?)

Carlos Loures



Definamos telelixo, palavra que tenho utilizado nestes textos nascidos sob a égide do Luiz Pacheco, mas que (ainda) não vem nos dicionários. Diria talvez assim:

«Telelixo, s. m. – Forma de fazer televisão que se caracteriza por explorar a morbidez, o escândalo, os crimes, os aspectos mais sórdidos da natureza humana, tais como o sensacionalismo e outras aberrações, utilizando-as como instrumentos do aumento de audiências. O telelixo caracteriza-se pelos temas que aborda, pelas personagens que coloca em primeiro plano, pela visão distorcida a que recorre para tratar esses temas e personagens.»

Um caso ocorrido num canal privado de televisão trouxe, quanto a mim, ao primeiro plano da actualidade nacional a questão do telelixo, pois reúne tudo o que de nocivo existe naquele conceito tabloidizado de informação e, a ser verdade o que consta sobre a causa próxima subjacente, põe a nu a fragilidade moral das estruturas do poder no nosso País. Lixo televisivo, eventualmente misturado com lixo político. Uma mistura explosiva.

terça-feira, 13 de julho de 2010

A televisão que temos (a televisão é para estúpidos?) - II

Carlos Loures



Disse ontem que não percebia porque é que se gastava o dinheiro dos contribuintes em lixo, mas foi uma força de expressão, pois percebo perfeitamente as razões dessa aberração - a RTP está na guerra das audiências com a TVI e com a SIC e para isso precisa de baixar o nível cultural das suas emissões. À medida que os canais da concorrência vão descobrindo fórmulas de atrair audiências com concursos tontos, com telenovelas onde tudo é mau, do enredo às interpretações, passando pela realização, a RTP vai atrás, sempre atrás, imitando, procurando ir mais abaixo nesta espiral descendente, que não sabemos onde irá parar. O serviço público de televisão não deveria entrar nessa competição. com os canais privados. A sua função deveria ser informar, formar, divertir educando… Mesmo correndo o risco de perder telespectadores. Mantê-los servindo-lhes programas que competem em falta de qualidade com a «concorrência», vendo quem consegue exibir o lixo mais nauseabundo, não é prestar um serviço público.

Woody Allen, disse algures que, na Califórnia, não se deve deitar fora o lixo - «Eles reciclam-no sob a forma de programas de televisão». O problema é que este conselho passou a ser válido fora da Califórnia, mesmo na Europa, particularmente em Portugal. Dissemos num texto anterior que as palavras cultura e televisão estavam a deixar de fazer sentido quando aparecem em conjunto; em contrapartida, a palavra lixo, coaduna-se perfeitamente com a televisão que se faz dos nossos dias.