quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Limão e malagueta
Adão Cruz
A malagueta nasce verde verde como o limão olham-se verde no verde ela cora e ele não.
Um empalidece outra faz-se rubor há qualquer coisa de astuto qualquer coisa de comum entre os dois e o amor.
A malagueta abre-se à cor em carne viva ardendo da penetração quente do sol da carícia de febre luz vibrada e tacto de seda.
Não fenece enquanto à sua volta tudo morre e envelhece.
O limão nem mole nem duro sumo de virilidade sumo de alegria denso de seiva sabor amargo ou doce ao sabor dos descuidos da verdade e da melancolia.
A malagueta não é séria nem puta é luta de vida numa vida de luta
madura de ilusões lábios maduros palpando as vozes e as palavras
na ponta da língua.
O limão não sofre de amores nem de esplendores nem de ignorância presunçosa jogo de toda a moda da vida imbecil.
Se o encontro se dá solta-se o sangue em torno dos ideais nos rútilos prados da malagueta amada malagueta mulher orvalhada pequenina e nua
capricho de um ventre fecundo na cintilação da madrugada como se a vida fosse um desejo de amarga doçura decúbito de sílabas erguidas ao som da música entre espaços de côncavo silêncio cristal e solidão.
Dilatada angústia pernoitada na eterna penetração de fulgor da malagueta desabrochada ao paladar da última gota do livre limão.
(ilust. Adão Cruz)
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UÔ, estou estarrecida, estupefata, atónita... que belo poema... e lanço um desafio... um tema para um poema... a minha combinação preferida... maçã e canela. Heheheheheh!
ResponderEliminarValha-me Deus! Isto não são poemas para se porem aqui em público, isto faz mal. E, agora, como é que eu trabalho no Evento?
ResponderEliminarE este quadro também foi para Espanha ou ficou por aí esquecido, meu limão de amargura?
ResponderEliminarÉ, pá, não puxem por mim...
ResponderEliminarMaçã e canela? É já! Assim me sobre o engenho e arte.
ResponderEliminarVês, Luís, aí está a tua oportunidade :)Faz um esforço que o engenho há-de vir. Conheces aquela coisa que move montanhas...
ResponderEliminarFalando em montanhas, por acaso sou uma águia real...:-)(desasada, mas sou!)
ResponderEliminarNão me diga... e eu ainda não a vi aí pelos nossos céus?? Como pode ser possível? :-))
ResponderEliminarPois, o infortúnio é esse ! E desasado ando longe dos céus. Mas sou real e águia...:-)
ResponderEliminarEste quadro foi comprado em tempos por uma colega minha, ginecologista"
ResponderEliminarMeus amigos e minhas amigas, que eflúvios eróticos se evolam por esses poros!!!
ResponderEliminarGostava de saber de quem é a culpa?
ResponderEliminarAndreia, logo que tenha algum tempo, tentarei um encontro da maçã com a canela, embora não me sinta muito à vontade dentro do mundo "homo". Entretanto, quem se sentir capaz pode ir avançando.
ResponderEliminarDesisto de algum dia ter um quadro teu. Uns foram vendidos, outros foram viajar. Não há nenhum disaponível...paciência. Também já não tenho paredes.
ResponderEliminar"Homo", mas porquê? Nunca tal me tinha passado pela cabeça... esta agora... fui mal interpretada! Estava eu aqui inocentemente a pensar em bolinhos de maçã e canela... :-))
ResponderEliminarAndreia, o meu comentário refere-se exclusivamente à maçã e à canela, ambas femininas. Longe de mim qualquer segundo sentido. A gente manda assim umas bocas tortas sem pensar, e como só o Carlos Loures tem poder para as desfazer, a gente vê-se à rasca para pôr as bocas direitas. Não leves a mal.
ResponderEliminarAugusta, vou enviar-te uma série deles que tenho disponíveis. Mas tu não tens paredess!?
ResponderEliminarVais-me mandar uma série de quadros?! Ponho-os no chão, não há problema, ou no tecto. Mas avisa-me para eu saber quando chega o camião TIR.
ResponderEliminarEu posso ficar com os que não tiverem espaço (não me importo nadinha!) :-)
ResponderEliminarAndreia, fica descansada que aqui ninguém te toca num cabelo. Eu não deixo. Só se a águia, como anda desasada, te fizer um voo rasante :))
ResponderEliminarQuando o camião chegar eu aviso-te, Andreia.
ResponderEliminarNão puxem por mim...estou aqui a consultar os grandes mestres da poesia para arrancar um poema à altura da águia real...tarte de maçã com canela (começo a ter ideias...)
ResponderEliminarNão é tarte, são bolinhos. Ai, o que faz o desvario! E com isto quem ganha é o Adão que já está no Guiness dos comentários.Com malaguetas à mistura...
ResponderEliminarE eu que adoro picante!
ResponderEliminarE eu também :) Com um bom tinto.
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