quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Para Sempre, Tricinco ALLENDE E EU - autobiografia de Raúl Iturra - (39)

Uma outra senhora simpática e cativante, é a minha antiga discente, narrada por mim em capítulos anteriores, a hoje Doutora Antónia Pedrouço de Lima. Uma anedota é precisa para aliviar a leitura: amiga pessoal de Susana Matos Viegas, também a minha discente, no dia no qual Susana estava a dar a luz, foram a passar essas temidas horas em tutoria no meu Gabinete: era dia e hora marcados já. O que não estava marcado, era o nervosismo de Antónia e as dores dissimuladas de Susana, e o meu próprio enervamento! Acabou a tutoria de uma hora, foram para o hospital, e de imediato o bebé nasceu: uma rapariga, hoje em dia, mulher muito querida, em Coimbra com a mãe, o seu marido Nuno Porto e a sua irmã.
Antónia Pedroso de Lima, ou Antónia Lima como é habitualmente nomeada, era também do grupo de discentes que me acompanhava nas minha migrações dentro da Península Ibérica, até ser enviada por mim para Tarragona, para ensinar e estudar num curso de doutoramento do Departamento de Antropologia da hoje Universidade Catalã de Rovira i Virgil , referida no sítio net da nota de rodapé. Antónia Lima voltou mais sabida e aprendeu a organizar Histórias de Vida, base para a sua tese de Doutoramento sobre famílias aristocratas do Portugal. É referida na net e como está na minha memória pessoal, como ter defendido uma tese que cito em nota de rodapé . Antónia Lima presidiu a Comissão Científica do nosso Departamento entre Maio e Junho de 2006, membro eleito da dita Comissão no biénio 2004-2006para passar a seguir, a ocupar vários cargos administrativos, a serem desempenhados com seriedade e rigor para si própria e com justiça para os outros, especialmente na Comissão Científica e como Directora da Unidade de Ensino do Departamento, cargo que ocupa até o dia de hoje. Foi Presidente do CEAS e vice-presidente do mesmo, no tempo em que eu era Presidente da Assembleia do CEAS. Sempre tivemos uma relação aberta e gentil, especialmente nos meus períodos de visita a Tarragona e, a seguir, foi a pessoa que mais me apoiara no desempenho do meu cargo de Presidente do Departamento. Ensinou Antropologia Urbana em Barcelona e Tarragona, com bolsa concedida em 2004 pelo FCT e ganhou o prémio atribuído pela JNICT e a Câmara Municipal de Lisboa, para os jovens investigadores de Portugal, que passo a referir no texto, pela sua importância: 1987 – Primeiro Prémio do Concurso Jovens Investigadores, AE ISCTE (patrocínios: JNICT e Câmara Municipal de Lisboa) com o ensaio Análise dos diferentes níveis de troca na Póvoa da Atalaia (Beira Interior): Um estudo comparativo no tempo baseado em rituais de casamento, em conjunto com Susana Matos Viegas e Maria Ribeiro Soares, sob a orientação do Prof. Doutor João Leal. É falado dela como uma excelente docente, a maior gloria para um académico.



As minhas lembranças associam ao hoje Doutor José Filipe Chagas Verde, com Maria Antónia Lima, por ver que sempre falam um para o outro, como se fossem amigos muito especiais e colegas íntimos. Os dois foram os meus discentes antes de serem docentes do Departamento. Enquanto Maria Antónia acabava o curso, Zé Filipe começava. Não esqueço as nossas conversas de Gabinete, quando era discente e essa a sua inteligência para entender e, as vezes, se aborrecer com aulas mal proferidas. Era um suplicio dar aulas a este sabido discente: aborrecia-se facilmente! Ainda lembro o dia das suas provas de Aptidão Científica e Pedagógica, essas provas de Mestrado para os docentes Assistentes continuarem a exercer as suas funções. Tinha eu convidado para examinar as provas, ao meu amigo e colega, examinado por mim para o seu Doutoramento., o hoje Catedrático José Madureira Pinto. As provas, em 1994, não podiam ser outras que sobre semiologia e compreensão das palavras, ideias que o têm acompanhado toda a sua vida. O seu orientador de provas, cujo nome vou omitir, tencionou fazer pouco dele e, com as suas brincadeiras, conseguia enervar ao candidato. A sala estava cheias, esperavam-se boas provas do candidato, mas as tantas, disse. “Não consigo, demito-me”. Como Presidente de júri, enviei ao Candidato fora da sala, solicitei ao público abandonar a sala de provas, chamei a atenção em privado ao orientador e pedi para estar em silêncio. Como era senhor, aceitou, guardou silêncio, pedi desculpas ao nosso convidado de júri, mandei entrar apenas ao candidato, ofereci agua, que aceitou, e as provas continuaram. Acabou por obter o mais alto valor. A sua assistência a Semiologia, em breve mudou para História de Antropologia, com outro Doutor. São as minhas pessoais lembranças. Em 2003 foi Doutor pelo ISCTE, passou a Professor Auxiliar, essa promoção automática, prémio para quem tem feito o esforço de pesquisar, estudar e escrever a sua tese, enquanto dá aulas. A tese foi feita calma e demoradamente, mas dentro do tempo devido, esses famosos 5 anos!, que todos nós temos sofrido. A especialidade do hoje Doutor, têm-se mantido dentro da sua linha de pesquisa, bem como as suas publicações e o seu ensino optativos: hermenêutica, semiologia, história da Antropologia e psicanálise. Os seu livros revelam a sua inclinação a análise da mente, livros referidos em nota de rodapé . Em 2008, o Diário da República aprova a nomeação definitiva do nosso docente José Filipe, e dos referidos Paulo Raposo, Filipe Reis e Francisco Oneto, como Professores Auxiliares, dentro do quadro do ISCTE. Se o leitor quiser saber mais, pode visitar as coordenadas dos sítios que tenho tido a preocupação de citar, e facilitar a sua pesquisa.


Discente a passar a docente, chama discente antigo e novo docente, que esperou três anos até ser capaz de mudar da Licenciatura de Sociologia para a de Antropologia. É o caso do meu colega na pesquisa e colaborador em ideias para a Galiza e a língua luso-galaica, António Fernando Gomes Medeiros .Para mim, nem é preciso ler o seu CV e saber da sua história. Tive a grande honra de estar no seu júri de provas de Aptidão Científica, bem como no do seu doutoramento: éramos colegas de investigação na cultura luso-galaica. Tem leccionado em Antropologia das Sociedades complexas, ou, por outras palavras, nas sociedades europeias, com Brian Juan O’Neill. Tem a fama de ser uma pessoa amável, gentil e um pouco hesitante no ensino, na sua tentativa de escolher palavras correctas para se exprimir melhor. A sua obra refere as sua preferências de investigação, que vão em nota de rodapé, algumas das muitas já escritas. Apenas uma pequena ironia: não sei como tem tempo para ensinar, escrever e criar uma imensidão de filhos, todas raparigas, a sua melhor obra, no meu ver. Com todo, pelo menos referir também um par de textos, como esse o seu ensaio antropológico denominado A Moda do Minho, editado em 2003 pelas edições Colibrí; ou o seu texto num livro colectivo: O artesanato na Região do Norte, de 1989, editado pelo IEFP. Não consigo esquecer o dia em que o seu pai estava muito doente e ele me telefonar para dizer que desistia da tese de doutoramento. A minha resposta, é conhecida por ele e lhe pertence, pelo que mais nada acrescento: acabou a sua tese e a defendeu em 2003. É, desde esse dia, o melhor e dedicado docente que temos em casa. Está referido o seu currículo em e, eternamente, na minha memória, como, estou certo, eu, na memória dele.


A semiologia de Filipe Verde, chama outras semiologias. È o caso do nosso docente gentil, Francisco Gentil Vaz da Silva, mais outro roubo feito por nós para o convidar ao nosso Departamento. Entrou por concurso e foi um excelente colaborador. Em uma das minhas presidências, solicitei integrar a Comissão Executiva, o que ele aceitou de forma agradável. O nosso trabalho era directamente dedicado ao Departamento, mas o trabalho em conjunto da pé para referir algumas intimidades, ultrapassados os dissabores de novidade de andar a colaborar na estruturação do Departamento, ainda em construção no tempo que me ajudara. Foi, ainda lembro, um colaborador resgatado da solidão da Universidade do Minho em 1987. Pensei que, como escrevíamos sobre crianças, a nossa escrita devia-nos unir e solicitei textos. De forma simpática e agradável, ofereceu-me uma cópia da sua tese de Doutoramento, defendida no ISCTE, em 1995, época na qual o Departamento já podia outorgar pós graduações. Em conjunto com José Carlos Gomes da Silva e outros, organizamos o Curso de Doutoramento requerido por vários, ao qual eu me opunha: o doutoramento é a liberdade de um académico para dizer e argumentar o que estimar conveniente, dentro dos parâmetros da nossa ciência. Mas, como Presidente, sentia a obrigação de abrir essas avenidas de Allende, dentro dessa a nossa criação em outro país. Como nunca mais o Curso era apresentado para ser levado ao CC, simplesmente tomei a liberdade de redigir os Estatutos, levar os mesmos ao CC, após aprovação no nosso Departamento, leccionamos e, com satisfação posso dizer que orientei a tese e levei ao doutoramento a três dos nossos candidatos, que aprenderam Antropologia no dito curso. Refiro esta aventura, porque Francisco Vaz colaborou na mesma. A sua especialidade é Semiologia e História da Antropologia. Ao me oferecer a sua tese, reparei que era uma outra maneira de ver a mente da criança: eu a estudava directamente como Etnopsicologia, ele, a través de contos e Histórias, como a análise do Capuchinho Vermelho que ele faz ao analisar as palavras e o contexto dentro do qual recorre essa história infantil. As suas publicações são muitas, referidas todas a análise de Histórias Folclóricas, o que tem feito que ele pertença a Associações Internacionais de e folclore, como diz o seu currículo DáGois. Tive a sorte de ser muito amigo da sua Senhora mãe, a Dra. Helena Vaz da Silva, por sermos os dois membros da UNESCO, com encontros simpáticos em reuniões na França e em Portugal. Não acompanhei o seu cortejo quando entrou na eternidade, por ter sido ao mesmo tempo da minha Senhora Mãe entrar também no seu sítio eterno. É natural que as nossas análises da mente da criança sejam diferentes, por causa de se ter formado em Humanidade e Ciências Sociais, com especialidade em Semiologia. Membro do corpo docente da Universidade Norte-americana da Califórnia, o que lhe permite passar parte do seu tempo entre nós e outra parte, sem ordenado nosso, em Califórnia. O seu currículo está referido no sítio net, citado na nota de rodapé . Apenas referir que tem sido um grande colaborador do Departamento e hoje, é membro da Comissão Científica do mesmo. Foi o primeiro a colaborar comigo como Presidente da Comissão Executiva do Departamento, cargo cumprido a rigor, como sempre faz. O mais esclarecido currículo de Francisco Vaz aparece na página web, que passo a citar em nota de rodapé, porque especifica todas as sua actividades da burocracia do Departamento, bem como a sua participação científica na construção do mesmo, essa mais valia para todos nós.

Notas:
A antiga Universidade de Catalunha, desde o dia da Regionalização do País da Espanha, passou, por Decreto do Governo Autónomo do País Catalã, a ser denominada Rovira i Virgil, está referida na página web: http://www.urv.cat/ , Governo da Generalitat presidido por José Montilla, refrido no sítio net: http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Presidentes++Generalitat+Catalunha+&btnG=Pesquisar&meta=



2001 – Obtenção do Grau de Doutor em Antropologia, ISCTE, com a dissertação intitulada Grandes Famílias, Grandes Empresas. Ensaio antropológico sobre uma elite de Lisboa, com a classificação final de Muito Bom, com Louvor e distinção, por unanimidade. Retirado da página web: http://www.ics.ul.pt/posgraduacoes/mestrado/antropsocialcultural/antrop/mapl-curriculum2006.pdf


A sua tese passou a ser livro em 2003, um das suas várias puiblicações: (2003) Grandes Famílias, Grandes Empresas. Ensaio antropológico sobre uma elite de Lisboa. D. Quixote: Lisboa.


Relações Familiares na elite empresarial de Lisboa. In António CostaPinto e André Freire (Eds) Elites, Sociedade e Mudança Política. Oeiras: Celta: 151-180. Directora da Unidade de Ensino do Departamento de Antropologia do ISCTE.


Triénio 2006/09 – Presidente do Conselho Científico dos investigadores do Centro de Estudos de Antropologia Social (CEAS).


Triénio 2006/09 – Vice-Presidente do Conselho Científico dos investigadores do Centro de Estudos de Antropologia Social (CEAS).


Biénio 2005/06 – Membro da Comissão Científica do Departamento de Antropologia do ISCTE.


Biénio 2005/06 – Membro da Comissão Pedagógica do Departamento de Antropologia. Retirado da página web rederida mais acima


Filipe Verde, como é denominado, está referido no sítio net: http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Jos%C3%A9+Filipe+Chagas+Verde&btnG=Pesquisa+do+Google&meta= que refere largamente ao nosso brilhante docente. Os seus textos, no seu currículo do Ministérios da Ciência, em: http://www.degois.pt/visualizador/curriculum.jsp?key=3533361020438568 que refere a sua linha de ensino: Antropologia e Hermenêutica, Semiologia, História da Antropologia. Apenas o título de um livro, é capaz de nós dar uma ideia do seu interesse na pesquisa: Mito, Culpa e Vergonha : reflexões sobre a ética ameríndia. 2003. O seu texto das Provas referidas, passou a ser livro em 1994: Os limites da linguagem e o excesso de significação: elementos para uma definição de simbolismos.


António Medeiros, guardado na minha memória, mas o público pode visitar, para saber mais, o sítio net: http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Ant%C3%B3nio+Fernando+Gomes+Medeiros&btnG=Pesquisar&meta= , especialmente na página web: http://www.degois.pt/visualizador/cv.jsp?key=4161657838542691 , que refere o seu currículo.


O currículo de António Medeiros, para o leitor ver, está em: http://www.degois.pt/visualizador/cv.jsp?key=4161657838542691


Currículo de Francisco Vaz, em: http://www.degois.pt/visualizador/curriculum.jsp?key=4635434560399621 e a sua obra, que não vou analisar por falta de competência, mas que o Leitor pode ver no sítio net: http://www.google.pt/search?hl=pt-PT&q=Francisco+Gentil+Vaz+da+Silva&btnG=Pesquisar&meta=


Currículo mais informativo do nosso docente Francisco Vaz, pagina web: http://www.fchs.ualg.pt/ceao/INC/CV-francisco%20silva.htm

(Continua)

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