Começa aqui o "Dia de Coimbra" no Estrolabio:
Vamos ter, ao longo das próximas 24 horas, 22 blocos - história, literatura, música, a Universidade. Não temos a pretensão de dizer coisas que nunca tenham sido ditas sobre a cidade - não vamos descrever Coimbra - vamos celebrá-la.
Para começar, Amália Rodrigues canta a famosa composição de Raul Ferrão e de José Galhardo, numa gravação ao vivo realizada durante um concerto em Montreaux
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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Música romântica do Século XX - 30
Terá sido por volta de 1940 que a canção No me quieras tanto ("Não me ames tanto") foi criada por um trio de compositores espanhóis - Antonio Quintero, Rafael de León e Manuel Quiroga que escreveram, sobretudo após a vitória franquista na Guerra Civil muitas canções que se tornaram populares em Espanha, em Portugal e noutros países.
Esse êxito deveu-se talvez ao facto de as canções criadas pelos três homens se ajustarem ao conceito de espanholidade que a Falange pretendia impor. Existem numerosas interpretações desta canção - Concha Piquer, Nana Mouskouri e Amália Rodrigues que a interpretou no filme "Fado" (1947), por exemplo. Mas será na voz da madrilena Pasión Vega que vamos ouvir No me quieras tanto:
Esse êxito deveu-se talvez ao facto de as canções criadas pelos três homens se ajustarem ao conceito de espanholidade que a Falange pretendia impor. Existem numerosas interpretações desta canção - Concha Piquer, Nana Mouskouri e Amália Rodrigues que a interpretou no filme "Fado" (1947), por exemplo. Mas será na voz da madrilena Pasión Vega que vamos ouvir No me quieras tanto:
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Música romântica do Século XX - 27
A canção Coimbra, de Raul Ferrão e José Galhardo foi composta para o filme português "Capas Negras", realizado por Armando de Miranda em 1947. Esta selecção de música romântica (na acepção popular do termo) é forçosamente feita de uma perspectiva portuguesa, europeia. Coimbra seria talvez a única canção romântica que apareceria em qualquer lista, feita onde quer que fosse.
É, de longe, a canção portuguesa mais conhecida internacionalmente. Vamos realizar ainda este mês um Dia de Coimbra. Por todas as razões, a nossa canção de hoje é Coimbra, cantada por Amália Rodrigues. Escolhemos esta interpretação entre muitas dezenas de versões em português e em línguas estrangeiras.
É, de longe, a canção portuguesa mais conhecida internacionalmente. Vamos realizar ainda este mês um Dia de Coimbra. Por todas as razões, a nossa canção de hoje é Coimbra, cantada por Amália Rodrigues. Escolhemos esta interpretação entre muitas dezenas de versões em português e em línguas estrangeiras.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Dia de Lisboa - A Ala dos Namorados, Míisia, Amália Rodrigues, Jorge Palma e Mariza - canções de Lisboa
Estamos quase a chegar ao termo desta longa maratona. Esperamos que tenham apreciado as dezenas de artistas que trouxemos até ao nosso modesto palco. Agora, apresentamos quatro canções, sem outra relação entre si que não seja o serem dedicadas a Lisboa. Em primeiro lugar a Ala dos Namorados - «Loucos de Lisboa» ( música de João Gil e letra de João Monge) na magnífica interpretação de Nuno Guerreiro. Não esqueçam que
São os loucos de Lisboa
Que nos fazem recordar
A Terra gira ao contrário
E os rios correm para o mar
Mísia, uma intéprete de grande expressividade, canta-nos "Que fazes aí Lisboa?", uma composição de Amália Rodrigues.
Vamos ouvir de novo Amália Rodrigues, agora em "Lisboa não sejas Francesa" uma composição de José Galhardo e de Raul Ferrão Em 1945 estreava-se a opereta "A Invasão", escrita por José Galhardo, Raul Ferrão, Vasco Santana e outros. Tinha um elenco de luxo - Vasco Santana, António Silva, Mirita Casimiro e Amália Rodrigues, entre muitos outros. Amália ainda não era a vedeta internacional em que se converteu anos depois. A opereta, sobre a resistência lisboeta à ocupação francesa durante a primeira invasão, a de Junot em 1807, obtinha nesta canção um pico de popularidade - toda a gente a trauteava - a peça esteve dois anos em exibição.
E para terminarmos da melhor maneira este penúltimo bloco, ouçamos Jorge Palma e Mariza - "Canção de Lisboa", uma composição de Jorge Palma.
São os loucos de Lisboa
Que nos fazem recordar
A Terra gira ao contrário
E os rios correm para o mar
Mísia, uma intéprete de grande expressividade, canta-nos "Que fazes aí Lisboa?", uma composição de Amália Rodrigues.
Vamos ouvir de novo Amália Rodrigues, agora em "Lisboa não sejas Francesa" uma composição de José Galhardo e de Raul Ferrão Em 1945 estreava-se a opereta "A Invasão", escrita por José Galhardo, Raul Ferrão, Vasco Santana e outros. Tinha um elenco de luxo - Vasco Santana, António Silva, Mirita Casimiro e Amália Rodrigues, entre muitos outros. Amália ainda não era a vedeta internacional em que se converteu anos depois. A opereta, sobre a resistência lisboeta à ocupação francesa durante a primeira invasão, a de Junot em 1807, obtinha nesta canção um pico de popularidade - toda a gente a trauteava - a peça esteve dois anos em exibição.
E para terminarmos da melhor maneira este penúltimo bloco, ouçamos Jorge Palma e Mariza - "Canção de Lisboa", uma composição de Jorge Palma.
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Dia de Lisboa - Paulo de Carvalho e Mariza
A canção "Lisboa menina e Moça", com letra de José Carlos Ary dos Santos e música de Paulo de Carvalho, é mais conhecida através da interpretação de Carlos do Carmo. Mas a versão do compositor, de Paulo de Carvalho é também excelente. Aqui está ela:
"Maria Lisboa", de David Mourão-Ferreira e de Alain Oulman, também se tornou famosa na voz da inimitável Amália Rodrigues. Mariza, não imita, recria - esta versão é diferente e igualmente de grande qualidade:
"Maria Lisboa", de David Mourão-Ferreira e de Alain Oulman, também se tornou famosa na voz da inimitável Amália Rodrigues. Mariza, não imita, recria - esta versão é diferente e igualmente de grande qualidade:
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sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Terreiro da Lusofonia no Dia Mundial da Música - Amália e Camões
Camões chega-nos agora na voz de Amália Rodrigues . «Com que voz?», perguntam.
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terça-feira, 7 de setembro de 2010
David Mourão-Ferreira
Carlos Loures
Nestes dias que antecedem a “Maratona Poética” do Estrolabio, tenho dedicado a minha crónica diária à evocação de poetas desaparecidos. Não tenho procurado falar apenas sobre aqueles de que, esquecidos, é preciso preservar a memória – não tem sido esse o meu critério, tenho falado de poetas, de pessoas, que conheci e que já não são vivos. David Mourão-Ferreira é um escritor muito conhecido, muito falado, com muitos estudos e numerosas teses académicas sobre a sua obra. Não é um texto meu que irá contribuir para que não seja esquecido, risco, aliás, que não corre.
Não faria sentido vir glorificar os seus livros, a sua poesia. A qualidade dos seus poemas é um dado adquirido. Mas há um pormenor, que me leva a escrever sobre ele, a voltar uns anos atrás e ir ao encontro da recordação que dele conservo – a amizade. Sempre me tratou com amizade e eu era muito amigo dele. Não tecerei elogios à sua obra – deles não precisa - outros o fizeram e o farão melhor e com maior autoridade. Falarei um pouco da sua grande amabilidade e da generosidade que nele era uma segunda natureza.
Nestes dias que antecedem a “Maratona Poética” do Estrolabio, tenho dedicado a minha crónica diária à evocação de poetas desaparecidos. Não tenho procurado falar apenas sobre aqueles de que, esquecidos, é preciso preservar a memória – não tem sido esse o meu critério, tenho falado de poetas, de pessoas, que conheci e que já não são vivos. David Mourão-Ferreira é um escritor muito conhecido, muito falado, com muitos estudos e numerosas teses académicas sobre a sua obra. Não é um texto meu que irá contribuir para que não seja esquecido, risco, aliás, que não corre.
Não faria sentido vir glorificar os seus livros, a sua poesia. A qualidade dos seus poemas é um dado adquirido. Mas há um pormenor, que me leva a escrever sobre ele, a voltar uns anos atrás e ir ao encontro da recordação que dele conservo – a amizade. Sempre me tratou com amizade e eu era muito amigo dele. Não tecerei elogios à sua obra – deles não precisa - outros o fizeram e o farão melhor e com maior autoridade. Falarei um pouco da sua grande amabilidade e da generosidade que nele era uma segunda natureza.
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sexta-feira, 16 de julho de 2010
Joam Roiz de Castel-Branco, um trovador do idioma galego-português, no Terreiro da Lusofonia
Desconhecem-se as datas precisas de nascimento e morte de Joam Roiz de Castel-Branco. Julga-se que terá vivido entre finais do século XV e as primeiras décadas do séc.XVI. Fidalgo da Casa Real de D.Manuel e, depois, da de D.João III, foi em 1515 nomeado contador da fazenda da Beira.
De acordo com o que hoje se sabe, a obra poética de João Roiz de Castell - Branco consiste em quatro composições incluídas no Cancioneiro Geral ,de Garcia de Resende. Duas são trovas com contornos epistolares: numa, dirigida a um amigo em Alcácer Ceguer, o autor traça um quadro dos prazeres da vida em Portugal, contrapondo-lhes riscos vários da vida militar no Norte de África; noutra, endereçada a um companheiro em Lisboa, faz o elogio do retiro rústico em terras beirãs, que opõe aos sobressaltos da vida do paço e às inglórias agruras das expedições ultramarinas. Este texto deve ser relacionado, com outros do Cancioneiro Geral, e com a tradição de louvor da aurea mediocritas imitação dos clássicos que seria com frequência cultivada pelos poetas do séc. XVI.
As outras duas peças são uma glosa a um vilancete castelhano e a cantiga “Senhora, partem tam tristes”, de grande beleza formal e que desenvolve um tema recorrente no Cancioneiro Geral: o da partida. Joam Roiz de Castel-Branco, um dos construtores do galego-português, está, de pleno direito, neste Terreiro.
Fernando Correia da Silva apresenta-nos uma brilhante biografia ficcionada deste trovador. _________________________________
Fernando Correia da Silva
Paço em Sintra onde D. João II
foi aclamado rei.
(PERTURBANDO O REPOUSO DO POETA)
- Ó Joam Roiz de Castel-Branco:
sei que viveste na segunda metade do século XV. Sei que foste aplaudido trovador na corte de D. Joam II, o Príncipe Perfeito, monarca impulsionador dos Descobrimentos Portugueses. Sei que ao abandonares o Paço foste viver na cidade da Guarda, onde te dedicaste à agricultura e à contabilidade. Sei que hoje repousas no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende. Peço desculpa mas vou perturbar o teu repouso com a minha agitação dos séculos XX e XXI.
Reparo que estás acordando, já te espreguiças. Resmungas:
- Que quereis de mim, ó Mafoma?
De acordo com o que hoje se sabe, a obra poética de João Roiz de Castell - Branco consiste em quatro composições incluídas no Cancioneiro Geral ,de Garcia de Resende. Duas são trovas com contornos epistolares: numa, dirigida a um amigo em Alcácer Ceguer, o autor traça um quadro dos prazeres da vida em Portugal, contrapondo-lhes riscos vários da vida militar no Norte de África; noutra, endereçada a um companheiro em Lisboa, faz o elogio do retiro rústico em terras beirãs, que opõe aos sobressaltos da vida do paço e às inglórias agruras das expedições ultramarinas. Este texto deve ser relacionado, com outros do Cancioneiro Geral, e com a tradição de louvor da aurea mediocritas imitação dos clássicos que seria com frequência cultivada pelos poetas do séc. XVI.
As outras duas peças são uma glosa a um vilancete castelhano e a cantiga “Senhora, partem tam tristes”, de grande beleza formal e que desenvolve um tema recorrente no Cancioneiro Geral: o da partida. Joam Roiz de Castel-Branco, um dos construtores do galego-português, está, de pleno direito, neste Terreiro.
Fernando Correia da Silva apresenta-nos uma brilhante biografia ficcionada deste trovador. _________________________________
Fernando Correia da Silva
Paço em Sintra onde D. João II
foi aclamado rei.
(PERTURBANDO O REPOUSO DO POETA)
- Ó Joam Roiz de Castel-Branco:
sei que viveste na segunda metade do século XV. Sei que foste aplaudido trovador na corte de D. Joam II, o Príncipe Perfeito, monarca impulsionador dos Descobrimentos Portugueses. Sei que ao abandonares o Paço foste viver na cidade da Guarda, onde te dedicaste à agricultura e à contabilidade. Sei que hoje repousas no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende. Peço desculpa mas vou perturbar o teu repouso com a minha agitação dos séculos XX e XXI.
Reparo que estás acordando, já te espreguiças. Resmungas:
- Que quereis de mim, ó Mafoma?
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