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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Benfica - Sporting

Carlos Godinho





Quando era miúdo e vivia no Barreiro, havia seis ou sete momentos por ano no futebol que me enchiam de adrenalina, quase como se jogasse. Eram as visitas do Benfica e Sporting e os jogos com a CUF e o Vitória de Setúbal. Eu e os outros miúdos vivíamos esses jogos com enorme entusiasmo. Além desses jogos, havia dois acontecimentos por ano, que nos marcavam com grande intensidade, embora sem os vivermos no local. Eram os Benfica/Sporting, na Luz e em Alvalade. Através de "A Bola" e mais tarde do "Record", e das rádios, a televisão nessa altura tinha muito pouco impacto, a repercussão desses jogos atingia o país e quase o fazia parar, secando tudo à sua volta. Que grandes momentos, com grandes jogadores, mas com pouca informação, onde quase tudo girava à volta da imaginação e do sonho. Hoje, esses jogos, perderam muito do seu fulgor, por força da rivalidade surgida com o crescimento do FC Porto e também com as fragilidades, surgidas à vez, dos clubes lisboetas. Além disso, a informação entra-nos pela casa dentro em catadupa, não deixando mais espaço ao sonho. Agora estamos dentro do acontecimento, tanto ou mais que os espectadores no campo, e praticamente tudo é antecipado para os espectadores de sofá. Só falta descobrir o resultado. O resto sabe-se e vê-se tudo.

(de «Todos Somos Portugal»)

domingo, 11 de julho de 2010

O 28 de Janeiro de 1908 - Centenário da República

Carlos Loures

Recordando mais um marco na caminhada para a proclamação da República,  falamos hoje da terça-feira, 28 de Janeiro de 1908. Parecendo ser uma derrota, foi um passo importante dado pelos republicanos.

O Partido Republicano não fora criado para ser mais um a participar nas disputas parlamentares. O objectivo do P.R.P. sempre foi o da tomada do poder, o derrube da Monarquia, a proclamação da República. Os grandes aliados da propaganda republicana foram os partidos monárquicos e o próprio rei. Com displicência de quem se julga eterno, foram escândalo a escândalo, fornecendo achas para a fogueira em que a Monarquia se iria consumir.

Os republicanos ganhavam novos adeptos enquanto os partidos do rotativismo se consumiam em lutas internas. Em 1901, João Franco, seguido por 25 deputados, saíra do Partido Regenerador, criando o Partido Regenerador Liberal. No Progressista dera-se também uma cisão: em 1905, José Maria Alpoim, visconde da Ribeira Brava, com mais seis deputados, saiu, criando a Dissidência Progressista. D. Carlos concluiu que a alternância entre progressistas e regeneradores já não correspondia às exigências da governação e, em 1907, empossou um governo de ditadura administrativa, com João Franco com chefe do gabinete.